A tua recente matéria me inspirou a um debate.
Focarei principalmente na laicidade e na conduta discriminatória do texto.
E menos na disputa político partidária.
Inicialmente é necessário deixar claro a importância da laicidade para este blog de Saúde Pública: alguns indicadores de discriminação, saúde e sociais são melhores em Estados Laicos, de fato. Não creio que avanços para um Estado Laico, de fato, possam surgir dos nossos partidos políticos. A oposição a ele, como escrevestes, sim.
Em nosso país esta é uma questão de política supra-partidária, infelizmente.
Progressos nesta área, penso, só ocorrerão se os que estiverem verdadeiramente interessados, promoverem debates fora dos parlamentos.
Entre o avanço da laicidade e os interesses da manutenção da governabilidade / sucesso eleitoral, os partidos políticos tem optado pela segunda opção.
Atualmente está em discussão, na Câmara Municipal de Porto Alegre, a retirada de símbolos religiosos.
Infelizmente não há debates públicos sobre o tema.
Quanto a “A dicotomia tipicamente gaúcha” referida por ti.
Infelizmente não temos pesquisas para saber o que, no fundo, significa isto.
Mas depois de alguns anos de dedicação ao tema tenho uma hipótese.
Creio que a nossa desagradável radicalização é devido a sermos um estado discriminador.
Ocorre mais de as pessoas “secarem” o time adversário do que torcerem pelo seu.
Mais de serem contra (anti) o partido adversário do que falar das idéias/propostas do seu.
O componente discriminatório, nesta conduta, deve ser muito importante.
“Isso é empobrecedor demais”, ainda no teu primeiro parágrafo.
Se as questões ficam assim postas é porque não há um bom debate de idéias/argumentos.
No caso o enfrentamento é feito por idéias pré-concebidas, de um ou de ambos os lados.
E idéias pré-concebidas nada mais são do que o Preconceito.
Que, por sua vez, é uma das origens da Conduta Discriminatória.
Espero que esteja iniciando mais um (mini) debate sobre o tão desejado Estado Laico.
Abraço
Telmo
Gostaria de ler neste site tão democrático, politicamente equilibrado e anti-discriminatório, um posicionamento claro, objetivo e desapaixonado sobre a atual e gravíssima tragédia que está a assolar a Palestina, Gaza e adjacências dizimando a população civil encurralada por terra, mar e ar, por uma poderosa e mortífera potência bélica. As cifras de hoje (30/o7) são as seguIntes:
1200 civis e militares palestinos versus 35 civis e militares israelitas..
Franklin Cunha
Colaborador de Saúde Publica (da) ou não
Eu acho que a concepção das pessoas sobre o Estado Democrático se sobrepõe à do Estado Laico, visto que, quando se trata de religião, o democrático ponto de vista da maioria, em não ver problema em colocar seus símbolos religiosos em prédios públicos, se sobrepõe à uma suposta concepção de que aqueles símbolos não deveriam estar lá de jeito nenhum.
A República ao ser proclamada separou o estado da igreja. Separar a igreja deve ser entendido e compreendido como separar-se de todas as religiões. Isso nada tem a ver com costumes e tradições. Tradicionalmente nossas raizes religiosas são Catolica Apostólica Romana, consequentemente nada de retirar simbolos religiosos. Estado Laico simplesmente quer dizer que o estado não está atrelado oficialmente a nenhuma religião; que os cidadãos livremente podem ter e praticar suas religiões sem nenhuma interferência do estado. Assim deve ser; e quem tem religião que livremente a pratique se quizer, em suas igrejas, templos, terreiros etc. Procurar motivos para discussão sobre o tema É PRESTAR UM DESSERVIÇO A NAÇÃO.